Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo

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A história de Cambuí participa da mesma história de tantas localidades que foram surgindo por toda parte.

Nossos antepassados, cristãos católicos, à sombra da cruz de Cristo, foram plantando nossas cidades nos sopés das montanhas ou em seus cumes ou até mesmo às margens dos rios. Em ação de graças ou em cumprimento de um voto ou promessa, querendo homenagear um santo de sua devoção, alguém se propunha a construir uma igreja ou capela. Era necessária autorização do Bispo que exigia um terreno formando um patrimônio junto a Igreja. Aquele patrimônio ia sendo cedido, arrendado ou doado aos fiéis, conforme suas posses. Ia se formando uma nova igreja-comunidade, em torno daquela Igreja-Templo, era uma filial de uma comunidade maior à qual pertencia. Assim nasciam as cidades ou paróquias do Brasil e de Minas Gerais: surge uma capela, forma-se um grupo de fiéis; se aí passa a morar um padre têm-se uma capela curada, com reconhecimento do Bispo Diocesano vai ser uma freguesia ou uma paróquia.

A primeira referência escrita ao nome de Cambuí, encontra-se em um registro de batismo na Paróquia de Camanducaia em 13 de dezembro de 1789. Assim encontram-se referências a outros bairros próximos: Roseta, Rio do Peixe e outros, isto entre 1787 e 1785. Hoje se tem como certo que o nome cambuí é de origem indígena não com o sentido de água leitosa, mas como nome de uma árvore da família das mirtáceas, abundante na região.

O livro A Diocese de Pouso Alegre no ano jubilar de 1950 e o livro Biogeografia de uma cidade mineira, do professor Levindo Furquim Lambert que, entre outras fontes, citam "Genealogia Paulistana" servem de base para estes dados referentes à fundação da Paróquia.

No início do século passado, um movimento iniciado pelo Capitão Francisco Soares de Figueiredo encontrou como colaborador o Capitão Joaquim José de Morais e sua mulher, oriundos de Pitanguí e Campanha, que adquiriram terras de propriedade de Inácio de Souza e sua mulher Maria de Jesus Oliveira, pela quantia de três dobras de ouro em 6 de maio de 1813, providenciando para que, já em 12 de maio de 1813, mediante procuração, tais terras fossem doadas para Nossa Senhora do Carmo.

De maio a novembro de 1813 foi construída a capela que foi visitada e benta pelo Padre Joaquim Conrado de Oliveira antes coadjutor em Camanducaia, que passou a ser ali Capelão Particular. A Câmara Episcopal de São Paulo atendendo a pedido de 24/12/1813 do Capitão Soares considerou erigida canonicamente em fevereiro de 1814 a Capela de Nossa. Senhora. do Carmo de Cambuí. Apesar das datas acima o Professor Levindo Furquim Lambert no livro acima citado insere um fac-símile de um alvará em que D. João VI, príncipe regente aprova a ereção da capela de Nossa Senhora do Carmo do Cambuí com data de 12 de dezembro de 1812 (tal documento, diz o autor ser da Cúria de Pouso Alegre). Até aqui tudo se passou no lugar chamado "Cambuí-Velho".

Em agosto de 1834, os moradores do Cambuí fizeram uma petição à Cúria de São Paulo para mudarem a capela para outro lugar (o atual). Em 23 de setembro de 1834 saiu a provisão para a mudança. A capela e todos os moradores então se mudaram. Houve grande progresso e já em 15 de outubro de 1834, o Padre e Senador do Império José Bento Leite Ferreira de Mello, na qualidade de Visitador Ordinário das Freguesias do Bispado de São Paulo na Província de Minas Gerais, deu provisão de Capela Curada à nova capela do Cambuí, tornando-a independente da Freguesia de Camanducaia.

Em 1840, uma então fundada Ordem Terceira de São Francisco, tentou mas não conseguiu, por parecer contrário do vigário de Camanducaia Padre Joaquim José de Mello, criar uma capela no Cambuí- Velho.

A Lei Provincial no. 571 de 01/06/1850 elevou Cambuí a Freguesia isto é Paróquia.

Na ordem civil, devemos também ressaltar os seguintes acontecimentos marcantes, que demonstram o progresso de Cambuí nos anos seguintes:

  • elevação à Vila, em 27 de julho de 1889, pela Lei provincial no. 3712;
  • elevação à Cidade, em 24 de maio de 1892, pela Lei Estadual no. 23.

Cambuí sempre teve um povo muito religioso. Prova disto é o número de filhos daqui que seguiram e seguem a vocação sacerdotal e religiosa: Monsenhor Aristeu Lopes, Monsenhor. Afonso Ligório Rosa, Padre Afonso Carvalho, Padre Vicente Marques, Padre Benedito Tadeu Rosa, Padre Antonio Marques Ferreira, Padre José Aparecido Cavalcanti Franco, Padre Otávio Marques Ferreira, Padre Braz Antonio Fonseca, Padre Arlindo Francisco da Rosa, Padre Roberto Fróes, Padre José Messias Moreira, Padre Ronival dos Reis e Padre Sebastião Camilo de Almeida.

Mais de 25 filhas de Cambuí abraçaram a vida religiosa são 15 claretianas as restantes são distribuídas em outras congregações como Franciscanas de Nossa Senhora da Conceição, Clarissas, Filipinas e outras. Não foi possível conseguir e citar os nomes de todas. Há também algumas leigas consagradas. O Saudoso Monsenhor. Aristeu Lopes muito estimado ex-diretor Espiritual do Seminário Arquidiocesano faleceu em Cambuí em 29 de fevereiro de 1996.

Do período mais recente da paróquia, devemos certamente ressaltar a forte atuação dos últimos párocos, que relembramos com carinho:

  • Padre Antonio Pascoal exemplo de caridade e benevolência;
  • Padre José Arlindo Magalhães, incentivador das antigas irmandades;
  • Padre Jorge Nogueira, que fez uma ótima reforma na Igreja Matriz de 1957 a 1958 e
  • Padre Antonio Noronha, que reconstruiu a casa paroquial.

Depois do Concílio Vaticano II, com a atuação do Cônego Foch Morais Teixeira vários novos movimentos passaram a funcionar junto aos leigos: Cursilhos de Cristandade Encontro de Casais com equipes diocesana e paroquial aqui se realizaram mais de vinte encontros alguns sob a Direção Espiritual do Padre Antonio Silva - Missionário Redentorista e dois sob a direção Espiritual do próprio D. José D' Ângelo; Movimento de Jovens e Renovação Carismática Católica que atuam até hoje. Com o empenho direto do Cônego Foch Morais Teixeira, Cambuí conta hoje com a Fundação Geriátrica Padre Antonio Paschoal iniciada em 4/11/73 e concluída em 30/07/75. Também a Igreja Matriz recebeu uma grande reforma de 28/03/83 a 15/01/85, tendo sido sagrada pelo Senhor Arcebispo em 25/01/85.

Padre Narcizo Pires Franco pelo zelo pastoral, que se mostrava na preocupação com a formação dos agentes. Ele incentivou a criação da Pastoral Familiar e os encontros de casais OVISA. Padre Narcizo, com a colaboração de toda comunidade, construiu o Centro Pastoral São Benedito, hoje, principal local das formações para os leigos em nossa paróquia. Padre Sebastião Camilo de Almeida, filho de nossa terra, deixou como marcas de seu ministério entre nós, sua alegria e dedicação. Dedicou-se a boa administração dos bens da paróquia, reformando a antiga casa paroquial e construindo o Centro de Atendimento Paroquial, onde também funcionam salas para a catequese. Também empenhou-se na restauração da imagem de Nossa Senhora do Carmo, que se encontrava em estado de extrema deterioração. Continuou a missão de formar os agentes, revigorando, principalmente a dimensão Litúrgica. Aproveitamos esta oportunidade para deixar aqui registrado, a nossa sincera gratidão a todos, sacerdotes e leigos, que ao longo destes cento e cinqüenta e sete anos deram a sua contribuição, colocando seus dons a serviço da caminhada desta paróquia dedicada à Nossa Senhora do Carmo.

Benedito Antonio Guimenti

Referências[editar]

  • José Rodrigues Pereira (síntese da parte histórica);
  • Livro do Tombo da Paróquia;
  • Livro Diocese Centenária (1900-2000);
  • Sr. Aristeu Bueno;
  • Luiz Evangelista Rangel Padilha (ex-sacristão);
  • Sra. Lourdes Salles (Ex-diretora do Apostolado da Oração, falecida em 2006);
  • Sr. Onofre Rangel dos Santos (Ex-coordenador dos movimentos paroquiais);
  • José Rodrigues Marques (Ex-presidente da Congregação Mariana e ex-escrivão da paróquia, falecido em 16 de dezembro de 1965).



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