Editando A terceira margem do rio

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Em Caminhos e Fronteiras, coletânea de artigos que ajudam a decifrar o Brasil, Sérgio Buarque de Holanda aponta que, no passado de exploração, “o valor dos rios estava menos em servirem de vias de comunicação do que meios de orientação”. E dá como exemplo disso o caso de um capitão-general de São Paulo – já à época de decadência do bandeirismo – Martim Lopes Lobo Saldanha. Em ofício envolvendo remessa de tropas para a região platina, Saldanha argumentava que algumas das vantagens oferecidas pelos rios estava em que os homens “banzavam [tinham saudade] do mar e preferiam marchar por terra, pescando, matando as caças que frequentavam as margens de água doce, banhando-se ao uso americano” [à maneira indígena].
 
Em Caminhos e Fronteiras, coletânea de artigos que ajudam a decifrar o Brasil, Sérgio Buarque de Holanda aponta que, no passado de exploração, “o valor dos rios estava menos em servirem de vias de comunicação do que meios de orientação”. E dá como exemplo disso o caso de um capitão-general de São Paulo – já à época de decadência do bandeirismo – Martim Lopes Lobo Saldanha. Em ofício envolvendo remessa de tropas para a região platina, Saldanha argumentava que algumas das vantagens oferecidas pelos rios estava em que os homens “banzavam [tinham saudade] do mar e preferiam marchar por terra, pescando, matando as caças que frequentavam as margens de água doce, banhando-se ao uso americano” [à maneira indígena].
  
O fato de fluir para o Norte, a partir de sua nascente na Serra do Canguava, no bairro da Roseta, pode ter feito do Ribeirão das Antas um importante indicador de rumos em direção às profundezas do Sertão de Cataguás, o nome antigo de Minas Gerais. Esse movimento de exploração/captura de mão de obra indígena “os negros da terra”, a partir do século 16, intensifica-se no seguinte com a descoberta do ouro. Nesse intervalo de tempo a vastidão de terras desconhecidas muda sucessivamente de nome: Sertão de Cataguás, Capitania de Minas Gerais, Província de Minas Gerais e, com a proclamação da República, em 1889, Estado de Minas Gerais.  
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O fato de fluir para o Norte, a partir de sua nascente na Serra do Canguava, no bairro da Roseta, pode ter feito do Ribeirão das Antas um importante indicador de rumos em direção às profundezas do Sertão de Cataguás, o nome antigo de Minas Gerais. Esse movimento de exploração/captura de mão de obra indígena “os negros da terra”, a partir do século 16, intensifica-se no seguinte com a descoberta do ouro. Nesse intervalo de tempo a vastidão de terras desconhecidas muda sucessivamente de nome: Sertão de Cataguás, Capitania de Minas Gerais, Província de Minas Gerais e, com a proclamação da República, em 1899, Estado de Minas Gerais.  
  
 
O Ribeirão das Antas, agora reduzido a um diminuto fio d’água, teria proporcionado um conjunto de vantagens para os bandeirantes. Gente como Jacques Félix, que, em 1639, teria combatido indígenas no que é o hoje território mineiro da Mantiqueira. Fluindo para o norte, ao contrário do que ocorre com outros rios ao sul da Serra do Canguava, ele se articula em uma rede líquida para compor o Rio Grande, depois de desaguar no Itaim e com esse rio formar o Sapucaí-Mirim, depois o Sapucaí e então o Rio Grande. O Ribeirão das Antas, como demonstra seu nome, abrigou um numeroso grupo desses animais ao menos nos primeiros tempos, pois, registros mais recentes, falam da presença de jacarés em lagoas formadas por inundações de verão, mas nunca de antas. O que deve ter ocorrido é que esses animais foram abatidos já pelos primeiros exploradores. E não apenas para a obtenção de carne, mas também, e principalmente, pelo couro, com que eram confeccionados os gibões, vestimenta recheada de algodão e anteparo eficiente para as flechas de grupos indígenas agressivos à presença de desconhecidos. Os sapatos, e mais ainda, as botas, com que costumam ser retratados bandeirantes como Fernão Dias, eram um luxo à época e nunca utilizadas no sertão.  
 
O Ribeirão das Antas, agora reduzido a um diminuto fio d’água, teria proporcionado um conjunto de vantagens para os bandeirantes. Gente como Jacques Félix, que, em 1639, teria combatido indígenas no que é o hoje território mineiro da Mantiqueira. Fluindo para o norte, ao contrário do que ocorre com outros rios ao sul da Serra do Canguava, ele se articula em uma rede líquida para compor o Rio Grande, depois de desaguar no Itaim e com esse rio formar o Sapucaí-Mirim, depois o Sapucaí e então o Rio Grande. O Ribeirão das Antas, como demonstra seu nome, abrigou um numeroso grupo desses animais ao menos nos primeiros tempos, pois, registros mais recentes, falam da presença de jacarés em lagoas formadas por inundações de verão, mas nunca de antas. O que deve ter ocorrido é que esses animais foram abatidos já pelos primeiros exploradores. E não apenas para a obtenção de carne, mas também, e principalmente, pelo couro, com que eram confeccionados os gibões, vestimenta recheada de algodão e anteparo eficiente para as flechas de grupos indígenas agressivos à presença de desconhecidos. Os sapatos, e mais ainda, as botas, com que costumam ser retratados bandeirantes como Fernão Dias, eram um luxo à época e nunca utilizadas no sertão.  

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