Mudanças entre as edições de "As mortes de Dr. Carlos Cavalcanti"

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== Mausoléu no Cemitério de Cambuí ==
 
== Mausoléu no Cemitério de Cambuí ==
  
Dr. Carlos Francisco de Assumpção Cavalcanti de Albuquerque nascido na Parahyba a 20 de março de 1972 e barbaramente assassinado nesta cidade dia 5 de abril de 1922
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Dr. Carlos Francisco de Assumpção Cavalcanti de Albuquerque nascido na Parahyba a 20 de março de 1972 e barbaramente assassinado nesta cidade dia 5 de abril de 1922 Saudades de sua esposa e filhos.
 
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Saudades de sua esposa e filhos.
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'''Biogeografia de uma cidade mineira''', Imprensa Oficial, Belo Horizonte,1973, págs. 96-97.
 
'''Biogeografia de uma cidade mineira''', Imprensa Oficial, Belo Horizonte,1973, págs. 96-97.

Edição das 13h28min de 8 de outubro de 2015

José dos Reis

Em abril de 1922, quatro meses após a fundação do partido oposicionista, vem a Cambuí, em visita pastoral, D. Octavio Chagas de Miranda, Bispo de Pouso Alegre. Nossa ocasião a cidade estava às escuras e por isso foi ligado ao cinema um possante holofote paro iluminar a parte superior da praça quando S. Excia. Revma., paramentando-se em casa do sr. Herculano Duarte, tivesse de se dirigir à Igreja. Ligado o holofote, cujos raios de luz partiam de uma das janelas do prédio onde funcionava o cinema, a parte inferior da praça, a começar da janela da referida casa de diversões, ficava na mais completa escuridão. Às sete horas da noite a luz forte do holofote ilumina a parte de cima da praça enquanto o Sr. Bispo Diocesano, paramentado, dirigi-se para o Templo. Nessa mesma hora o sr. dr. juiz de direi¬to da comarca, em companhia de sua esposa e filhos, deixa sua residência e se encaminha à Igreja subindo pelo lado esquerdo da praça onde a escuridão era intensa e impenetrável. Caminhava o magistrado despreocupadamente entre sua senhora e filhos quando, inopinadamente, traiçoeiramente, é atingido na nuca por uma desproporcional carga de chumbo, caindo ensanguentado e quase sem vida no passeio da praça municipal da cidade.

João Belisário, sua vida e seus crimes, edição do autor, 1955, págs. 20-31.

Levindo Furquim Lambert

Desaparecido o Coronel Justiniano em 6 de dezembro de 1911, passa a política local a um colegiado - o diretório do PRM, orientado pelo Dr. Carlos Francisco D'Assunção Cavalcanti de Albuquerque, genro do prestigioso chefe falecido. Não houve alteração substancial no ritmo de seus propósitos com a nova ordem política. A cidade era pacata e seu povo ordeiro e simples. Não tiveram óbices o colegiado e seu orientador durante décadas de vivência política. Tudo corria normalmente, a despeito de um que outro incidente ou acontecimento a propiciar alteração na harmonia de seu povo, mas vencido o impasse, por ventura ocorrido ou conformada com o inevitável prosseguia a população no trabalho do dia-a-dia, mais preocupada com a tranquilidade doméstica do que com os percalços da política.

Mas, nos fins de 1922 abre-se uma brecha profunda no arcabouço e no ambiente costumeiro da cidade: o Promotor de Justiça, Dr. Múcio de Abreu e Lima, sob o fundamento de que não cabia legalmente nem moralmente a um magistrado orientar partido político, organiza grei de oposição, entregando sua chefia ao Major Higino de Oliveira César. Lamentavelmente, no entanto, iniciava-se a nova organização política sob o signo da contradição, pois se ao Juiz de Direito vedavam a lei e a moral, justificativas para a direção político-partidária, por igual, esse direito não poderia ser exercido pelo Promotor de Justiça, sujeito a idênticas restrições.

O Dr. Carlos Cavalcanti aceitou o desafio e arregimentou seus amigos e correligionários.

Deflagrou-se a luta, salpicada, dia-a-dia, por incidentes que punham em risco a tranquilidade do município. O Dr. Drauzio Vilhena de Alcântara, Juiz de Direito de Pouso Alegre, porque tinha especial apreço por Cambuí, onde iniciara sua vida pública, promoveu entendimentos em favor de um acordo honroso para ambas as partes, vencido, porém, em suas iniciativas.

E a luta prosseguia, aqui-e-ali, prejudicada pela paixão partidária, até que, em certa noite de abril de 1923, é brutalmente assassinado em plena Praça Pública o Dr. Carlos Cavalcanti.

A tragédia tremenda abalou os alicerces da competição partidária e repercutiu de maneira insólita por todos os quadrantes do Estado. O indigitado assassino - João Belisário - negou o crime e, como não houvesse testemunha de vista, alcançou absolvição pelo júri local, sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado.

Tempos depois, João Belisário é condenado por latrocínio, pena cumprida na Penitenciária do Estado. Faleceu no Paraná.

O trauma causado pela tragédia terrível de abril de 1923 esfriou o entusiasmo da oposição, que se retirou do prélio, ficando nele, sem qualquer vigor também, o partido da situação, o velho PRM.

Mausoléu no Cemitério de Cambuí

Dr. Carlos Francisco de Assumpção Cavalcanti de Albuquerque nascido na Parahyba a 20 de março de 1972 e barbaramente assassinado nesta cidade dia 5 de abril de 1922 Saudades de sua esposa e filhos.

Biogeografia de uma cidade mineira, Imprensa Oficial, Belo Horizonte,1973, págs. 96-97.

Referências:

ACLAC, patrono José dos Reis

ACLAC, patrono Levindo Furquim Lambert

Biogeografia de uma cidade mineira, livro

João Belisário

Três Tristes Tigres, A morte de Trotsky narrada por vários escritores cubanos, anos depois - ou antes, Guillermo Cabrea Infante, José Olympio Editora, 2009, págs. 249-288.